Brasília - O Banco Central adiou o cronograma de recolhimento compulsório criado neste ano para os depósitos das empresas de leasing. O recolhimento com alíquota de 20%, que seria feito a partir de 14 de novembro de 2008, passa a vigorar a partir de 16 de janeiro de 2009. A adoção da alíquota de 25% foi adiada de 16 de janeiro de 2009 para 13 de março de 2009.
Segundo nota do BC, essas alterações foram feitas com o objetivo de preservar o Sistema Financeiro Nacional dos efeitos da crise financeira internacional que tem restringido o crédito no exterior.“Com o objetivo de preservar o Sistema Financeiro Nacional dos efeitos da restrição de liquidez que vem sendo observada no sistema financeiro internacional, o Banco Central do Brasil decidiu fazer as seguintes alterações, de caráter pontual, na regulamentação dos de recolhimentos compulsórios”, diz a nota.
O compulsório para os depósitos de leasing começou a valer no dia 9 de maio, com recolhimento de 5% dos recursos pelos bancos ao BC. A norma definiu que esse percentual cresceria de cinco em cinco pontos percentuais até chegar a 25% em janeiro de 2009.
Com o recolhimento compulsório, os bancos têm menos dinheiro para emprestar, uma vez que parte dos recursos fica no Banco Central. Com menos dinheiro, o custo dos empréstimos tenderia a subir para compensar a menor quantidade de recursos.
A conseqüência da medida anunciada hoje (24) é que sobram mais recursos para empréstimos feitos pelo sistema financeiro. De acordo com o BC, com essa mudança no depósito compulsório para as empresas de leasing, R$ 8 bilhões permanecerão no sistema financeiro por um período maior.
O BC também ampliou de R$ 100 milhões para R$ 300 milhões de dedução à exigibilidade adicional para as instituições fiananceiras sobre depósitos a prazo, de poupança e recursos à vista. As alíquotas usadas para o cálculo dessa exigibilidade, que é remunerada pela taxa básica de juros, a Selic, permanecem inalteradas em 8% par depósitos a prazo, 10% para os depósitos de poupança e 8% sobre os recursos à vista. Com essa segunda medida, o BC deixará de recolher dos bancos R$ 5,2 bilhões já na próxima semana.
Kelly Oliveira
Agência Brasil