Eu gosto muito de fotografar, e se descuidar vai tudo pra câmera. Registro vários assuntos com imagens, ora escrevo textos e por aí vai.... Fotografar pra mim é hobby, é prazer. Gosto muito! E desde pequena essa paixão me persegue.
Dia desses, num restaurante luxuoso em São
Paulo, eu pedi a uma moça da mesa vizinha que tirasse uma foto minha com a
família e de pronto ela me atendeu. Saiu da mesa em que estava e veio ao meu
encontro, vale ressaltar que ela já tinha terminado a refeição senão seria
indelicado de minha parte pedir tal gentileza.
Feliz, ela calculou o foco, enquadrou e tirou
a foto com muita boa vontade, aliás tirou várias fotos, até estranhei. Eu
conferi no visor, vi que ficaram ótimas, elogiei o gesto dela e agradeci. Pra
completar eu disse: "Sou uma mulher de sorte, porque sempre tem anjos ao
meu redor". Sorrindo ela me respondeu de imediato: "E você é um
deles!". Nossa, não acreditei no que ouvi, a espontaneidade da moça e o
seu sentimento verdadeiro de retribuição foi tamanho que me emocionei...
Sabe, as fotos terem ficado ótimas já estavam
em segundo plano, porque o que eu ouvi a meu respeito calou fundo no meu
coração. Agradeci e fiquei pensativa pra aproveitar ao máximo a importância
daquelas palavras.
Essas fotos ganharam novo conteúdo: a beleza
da imagem, o significado daquele momento e o que foi dito a meu respeito me deixou feliz e até aproveitei a ocasião pra analisar a fundo o valor daquelas palavras verdadeiras ditas por alguém que conheci naquele instante. Que momento supremo, mágico, feliz e
valioso. São acontecimentos assim espontâneos que ganham a minha admiração e a vontade de
prosseguir nesse caminho de imagens e lembranças que sempre me surpreendem. É
muito bom!
Desde criança eu percebi um desejo grande de
ter câmeras fotográficas, relógios, filmadoras, projetores, carros, (bem ainda
não tinha idade pra dirigir, mas o gosto pela direção nasceu cedo demais, tanto
é que eu dirigi com 16 anos e nunca tinha ido à Auto Escola). Certa vez pedi a
minha tia que me mostrasse como fazia para o carro andar, sentei-me no lugar do
motorista, peguei na direção, perguntei a função dos pedais do carro e foi o
suficiente para eu sair andando e nunca mais parar.
É claro que na primeira saída o carro engasgou,
pulou e o motor parou, porque tirei rápido o pé da embreagem... Ugh! Eu pensei
comigo, o que será que aconteceu? Eu perguntei o que foi aquilo e foi uma
pergunta só, porque em seguida aprendi rápido a função da embreagem e o tempo
certo para dar a saída e sustentar o pé na embreagem até o carro pegar
velocidade.
Pronto!
Essa foi a minha única aula, aliás a minha única pergunta: "Porque o carro
parou?". E pra completar, quando fui fazer o exame de Auto Escola para
receber a Carteira de Habilitação o instrutor durante o trajeto ficou atento às
minhas manobras e na hora de fazer a baliza, ele mandou eu parar e disse:
"Saia do carro!". Nossa! Assustada e tremendo eu perguntei o que
aconteceu! E ele respondeu: "Você dirige muito bem, e nem precisa terminar
a baliza porque entrou muito bem entre os espaços, parabéns... Não precisa
concluir o percurso, você é muito boa no volante. E de sobra perguntou: “Você dirige faz
tempo? ”.
UAU!!! Nem acreditei, sai correndo em direção
ao meu pai que me esperava e ele disse: "Filha, você não terminou o exame?
”. Alegre e saltitante eu respondi: "Pai, o instrutor disse que eu nem
preciso terminar porque sou muito boa, dirijo muito bem", e pra completar ele disse
que iria providenciar a carteira de habilitação pra ficar pronta no mesmo dia. E
assim foi, no período da tarde ele ligou informando que o documento já estava
pronto. Inédito! Fiquei muito feliz!
São momentos como esses que me fazem crer que
sou uma mulher de sorte, porque ao meu redor sempre tem anjos. E você que está
aí me lendo também pode ser um deles. Viu só que sorte eu tenho? Sejam felizes,
sempre...
Sônia Puxian – Jornalista