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domingo, 2 de setembro de 2007

RAY YOUNG, Presidente da GM aposta no Brasil

Presidente da GM do Brasil e Mercosul Ray Young
Presidente da Associação Comercial de São Paulo, Alencar Burti ladeado por Guilherme Afif Domingos e Ray Young
Líderes do setor automobilístico e demais convidados participaram da plenária


Com pequenas mudanças e avanços em infra-estrutura, educação e impostos teremos o Brasil do futuro

Sérgio Leopoldo Rodrigues

Se for aprovado no curto prazo um crédito extra de US$ 500 milhões, a General Motors do Brasil deverá investir US$ 3,5 bilhões em cinco anos, na área de engenharia global e capital. Até mesmo a instalação de novas unidades fabris não está descartada, segundo anunciou Ray Young, presidente da GM Brasil e Mercosul, durante palestra na reunião plenária da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), no dia 13 de agosto.



Comparando o Brasil com um copo com água ao meio, disse otimista: "Enxergo o copo cheio e não vazio pela metade". Apesar de ter apontado preocupações, riscos e desafios para nosso desenvolvimento econômico, Young, um canadense de origem chinesa, de 45 anos, disparou: "Não vamos fazer deste um País perfeito. Mas com pequenas mudanças e avanços em infra-estrutura, educação e impostos teremos o Brasil do futuro".



Young justificou sua visão positiva, em boa parte, à maneabilidade, agilidade e compromisso do povo brasileiro com o trabalho. "Se o governo fizer essas poucas mudanças elas terão enorme impacto na flexibilidade e competência dos brasileiros", disse. Contudo, enfatizou que não há tempo a perder, para que a GM, como todas as empresas instaladas no Brasil, possam "alavancar essas vantagens, para lutar contra as desvantagens".Entre elas, Ray Young listou as principais que travam o nosso desenvolvimento: elogiou o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), mas lamentou a lentidão na tomada de decisões na implementação de programas para eliminar gargalos de infra-estrutura, sobretudo nas áreas de portos, aeroportos, estradas e ferrovias.



"Temos tempo para reagir e ganhar a concorrência global com qualidade, competitividade e atendimento", avaliou.Young, em bom português, adquirido em pouco mais de três anos no Brasil, criticou a burocracia, e a falta de um ambiente propício para os negócios, já que o custo logístico ainda é bem mais elevado do que nos paises do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China). "Enquanto não concluímos o Rodoanel aqui, foram feitos seis anéis viários em torno da cidade, na China, para receber as Olimpíadas em 2008", comparou.



Também alertou: a quantidade e complexidade do nosso sistema tributário "torna o departamento de planejamento de impostos tão importante como o de vendas". Exemplificou: um carro brasileiro embute mais de 30% de impostos, contra 6% nos EUA e 15% na Europa e China. Chegou a sugerir uma parceria entre governo, sindicatos e empresas "para elaborar um plano nacional de competitividade".Soma-se a isso o desafio da educação. Avisou que a quantidade de profissionais qualificados está limitada. "Temos profissionais de talento, mas é preciso focar na educação se queremos responder ao crescimento", salientou.



A melhora do risco Brasil, a obtenção do "investiment grade" e os bons ventos da economia mundial vão ajudar o Brasil a receber mais investimentos. Apesar disso, projetou que se o País crescer a 5% ao ano, pouco em comparação aos seus concorrentes, o setor automobilístico deverá crescer o dobro, chegando a produzir quatro milhões de veículos. Alencar Burti, presidente da ACSP, observou que os planos da GM mostram confiança no Brasil. "Isso trás também um alerta: que precisamos nos mobilizar para mostrar (ao governo) o que queremos e trabalhar mais pelo País". Líderes do setor automobilístico participaram do evento.

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